quinta-feira, 17 de maio de 2012

PM algema e prende presidente de Comissão da OAB/SE

Cláudio Miguel processará policiais por abuso de autoridade
Cládio Miguel: ação por abuso de autoridade (Foto: Portal Infonet)
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da seccional de Sergipe da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SE), Cláudio Miguel, foi algemado e preso por policiais militares na noite desta quarta-feira, 16, em uma loja de conveniência na avenida Francisco Porto, em Aracaju. Demonstrando um misto de revolta e emoção, Cláudio Miguel revela que ingressará com ação judicial por abuso de autoridade contra os policiais militares que o prenderam.

A prisão aconteceu logo após um acidente de trânsito – um veículo colidiu em uma bomba de combustível no posto de abastecimento, onde o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SE se encontrava.

Cláudio Miguel também é músico, membro da banda Cataluzes, e estava mostrando a sua nova composição, que incluirá o novo lançamento da banda, a um grupo de amigos. “Vi uma explosão e de repente apareceu um garoto nervoso chorando e eu, como presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SE, fui ampará-lo dizendo para ele ter calma e o levei para dentro da loja de conveniência”, revelou.

Medo
Colisão em Posto de Gasolina teria motivado prisão de advogado (Foto: internauta)
Cláudio Miguel informa que teria deixado o garoto na loja de conveniência e teria se retirado do local por temer uma explosão. “Corri, peguei meu carro e fui pra casa e depois retornei à loja para pegar meu violão”, conta. Ao chegar no posto, Cláudio Miguel encontrou vários policiais militares que o agrediram moralmente. “Eles chegaram para mim e disseram que ‘quem protege bandido, é bandido também’ e aí eu disse que aquela atitude seria uma molecagem porque todos me conhecem e eu não sou bandido”, desabafou Miguel.

Mesmo se identificando como presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SE, Cláudio Miguel foi acusado por desacato à autoridade, algemado e colocado preso dentro de um camburão da Polícia Militar.

Os policiais envolvidos na operação o encaminharam para a Delegacia Plantonista, onde o advogado assinou Termo Circunstanciado, depois de aguardar cerca de duas horas. Em seguida, ele foi liberado, mas responderá a processo judicial por desacato. “Eu é que fui desacatado enquanto cidadão. A OAB/SE foi agredida”, desabafou Cláudio Miguel. “Enquanto cidadão e membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Sergipe não ficarei submisso à truculência de pessoas despreparadas para exercer a função de policial. Fui violentado enquanto cidadão”, desabafa Cláudio Miguel.

O presidente da OAB/SE, Carlos Augusto Monteiro Nascimento, lamentou o episódio e disse que, no primeiro momento, vai procurar saber o que efetivamente ocorreu para, então, identificar as providências que a seccional adotará. “A OAB de Sergipe vai acompanhar o caso com cautela. Não vamos fazer uma avaliação antecipada se ocorreu ou não represália à OAB”, comentou Carlos Augusto,

Por Cássia Santana

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